Saturday, March 04, 2006

 

Samuel "Doc" Gruber dived in U-1277

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Artur Santos, Samuel "Doc" Gruber and Rui Caravelas.

The Bimini Biological Field Station Sharklab is a world famous facility owned and operated by shark biologist Dr. Samuel H. Gruber. The Sharklab offers marine biology internships to people interested in shark research and the conservation of the ocean's ecosystems .

Dr. Samuel H. Gruber dived in the U-1277. This is what he thinks...



Sr. Caravelas!! This was one of the most enjoyable and exciting dives I ever made.
Just touch the actual submarine was a moment in history that I shell never forget.
Please accept my gratitude and respect for taking care of me.
And please visit us at Bimini.
Your friend the Shark Doc.

Samuel H. Gruber



"Doc" in the sub.


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www.u1277.blogspot.com


Friday, March 03, 2006

 

Mergulho no U-1277

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Era quase uma obsessão. A história da Batalha do Atlântico durante a 2ª Guerra Mundial e a extraordinária acção dos submarinos alemães, os U-Boats, me impressionaram bastante, desde menino.

Já meio velhusco, agora mergulhador, tive a feliz oportunidade de visitar um deles, no seu próprio elemento, nas profundezas.

A guerra já havia terminado e o U-1277, um submarino tipo VII C, contrariando as ordens de rendição, prosseguia em patrulha no Atlântico. Na noite de 03 de Junho de 1945, aproximou-se da costa portuguesa, a cerca de uma milha, ao largo do Cabo do Mundo, ao Norte da cidade do Porto, desembarcou a maioria da tripulação em botes de borracha e derivou um pouco mais mar adentro. O capitão e quatro homens, abriram então todas as válvulas e escotilhas do submarino, provocando o seu afundamento intencional. No derradeiro instante, abandonaram a nave no último bote.

O U-1277 naufragou de popa e os portugueses recolheram e internaram toda a tripulação, entregando-a aos ingleses. A história continuou sua marcha. Agora surgia um outro inimigo, novos fatos, grandes mudanças e logo o naufrágio do U-1277 foi esquecido.

Em 1973, alguma coisa no fundo começou a prender as redes dos pescadores de Angeiras e Matosinhos.. Mergulhadores logo desvendaram o mistério: lá estava ele, o U-Boat, com algumas redes ainda presas ao seu casco enferrujado.

Trinta anos depois estou desembarcando no aeroporto da cidade do Porto, atrapalhado por duas enormes sacolas de mergulho. Sou recebido pelo José Garcia, médico, notável mergulhador e integrante de um grupo de entusiastas de um clube local. Era o meu sorridente anfitrião.

Que coisa! Do aeroporto, directo para uma sala no clube. Sou apresentado para um grupo de mergulhadores portugueses e um espanhol. Segue-se o planejamento do mergulho, demonstrado pelo mergulhador chefe da expedição, o Luís Mota. Puxa! Equipar e embarcar! Estou ainda embaraçado da viagem e estranho muito o absurdo peso do cilindro de aço...português.

Nossa lancha, após uns trinta minutos de marcha, chega a região do naufrágio. O Luís e o José buscam então pontos de referência já conhecidos na praia cujo contorno se distingue claramente. Navega-se lentamente, observando-se a tela do ecobatímetro.

Dois momentos de profunda emoção: a mancha negra fusiforme surge perfeitamente definida na tela e ao mesmo tempo ocorre uma gritaria do pessoal que está na proa: são manchas de óleo. O U-1277 ainda sangra!

Saliva na máscara, um pouco de ar no colete, um ajuste na fivela do cinto de lastro e uma elegante entrada de costas na água.

Horror! Um choque terrível. A água está gelada, muito fria mesmo. Perco o equilíbrio com o peso do cilindro e minha máscara começa a alagar. É um péssimo começo.

Iniciamos a descida, eu e o meu dupla José, lentamente, pelo longo cabo da bóia. O português com uma roupa de 8 milímetros, capuz e luvas. Eu com a minha de 5, própria para as águas do Arvoredo.

Que frio! Nunca senti nada igual, dor de frio, particularmente no rosto. Uma olhadela nos instrumentos e fico estupefacto com os 13ºC graus que vejo.

Olhando para baixo tudo aparece em um tom azul escuro, contrastando com o cabo branco que se perde nas profundezas. Algo que nos causa uma desagradável impressão e ainda por cima surge uma inoportuna dor de dente. O U-Boat está a 30 metros mas não chegamos nunca! Cruza por nós um imenso caranguejo branco que emerge.

Então eu o vejo. Uma longa sombra sobre um fundo de areia branca, com grandes marcas de ondas. Ali está ele, o U-1277. Tem a popa enterrada e seu casco está inclinado 45º a BE. A visibilidade é de 5 metros.

Lembro dos nomes dos ases dos U-Boats, Otto Kretchmer, Wolfgang Luth, Erich Topp, Gunther Prien...torpedos, periscópios, badges, liberty ships, o conhecidíssimo alarme de imersão, é, aquele que a gente escuta nos filmes...

Uma súbita pancada na perna! É o meu dupla que me chama à realidade. Exploramos a escotilha que está sobre o compartimento dos diesels, ante-a-ré da torre. Está fechada. Seguro na roda de abertura. É emocionante. Aos diabos com a dor de dente! Subimos pela torre, maravilhados pela ausência de gravidade. No caminho se observa um emaranhado de tubulações e restos do snorkell. A escotilha da torre está aberta e eu sinto uma atracção irresistível de por ali penetrar. Desço metade do corpo, está escuro, há lodo e pedaços de metal afiado. Um túnel estreito. O José me puxa. Não, não podes entrar, é muito perigoso.

Exploramos agora os dois periscópios. Longas e afiladas estruturas cobertas de algas. Com a faca raspamos o tubo e logo aparece, faiscando, o aço inox. Existe muita vida, em toda parte no casco. Gorgónias, anémonas brancas e rosadas, caranguejos, moreias, ouriços, centenas de peixes. O casco externo está desmantelado mas o casco de pressão ainda se mantém.

Continuamos. Ali estão os tubos lança-torpedos da proa. Quatro sinistros cilindros, agora coloridos de vida pelas anémonas. Lembro então que o U-1277 afundou com todos os seus 14 torpedos e que talvez alguns deles ainda estejam nos tubos. Coloco uma garrafinha lastrada lá dentro, quase na boca de um enorme congro azulado que eu não vi e que ali fez sua casa. Dentro dela vai uma mensagem: “Aos marinheiros da arma submarina alemã, homens corajosos e de moral elevadíssimo. Que sob as ondas lutaram até o fim e, por muito pouco, não mudaram o destino de duas guerras mundiais”. É um ritual que faço em cada naufrágio que visito.

Um grande polvo cinzento nos observa, desinteressado, da porta da sua toca

Vinte minutos de tempo de fundo. Meu Deus, como passou rápido! O ponteiro do manômetro se aproxima da marca vermelha, é hora de subir. E ainda tem a parada descompressiva.

Mas foi extraordinário, e pertence a somente aqueles que ali vão. E só nós, mergulhadores, podemos entender isso.

Nestor Antunes de Magalhães

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Thursday, March 02, 2006

 

A geologia Marinha no reconhecimento do submarino U-1277

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Hidromar
By António P. L. Badagola
Nº 91, Dezembro 2005



Fig.1- Peixe Klein 5500 pronto a ser lançado à água.

Como resposta a uma solicitação da Direcção Geral de Autoridade Marítima, a secção de Métodos Geofísicos da Divisão de Geologia Marinha (GM) realizou, em 4 de Novembro último, um levantamento de sonar de varrimento lateral ao largo de Leixões. O objectivo deste levantamento foi aferir a posição do submarino alemão U-1277 afundado ao largo do Cabo do Mundo, bem como averiguar possíveis contactos na área envolvente ao mesmo, uma vez que foram detectadas recentemente manchas de hidrocarbonetos à superfície.

A equipa que participou no levantamento foi constituída pelo Dr. António Badagola, pelos ASPOF TSN Pereira Marques e Catarina Fradique, SAR ETA Rocha e guarnição da U.A.M Fisália. Foram empregues dois sistemas de sonar de varrimento lateral: um sistema digital de feixe simples (KLEIN 2000) e outro de múltiplos feixes com focalização dinâmica (KLEIN 5000).

O sonar de varrimento lateral é um método de mapeamento do fundo sub-aquático que garante uma cobertura total de fundo. De uma forma muito simplificada, o princípio de funcionamento consiste no reboque de uma unidade de sub-superfície (Fig.1) por uma embarcação que, ao emitir e recepcionar, alternadamente, um feixe lateral ultra-sonoro (100-500kHz), muito estreito, produz uma imagem acústica do fundo (sono-grafia). O sistema é constituído por uma unidade processadora (trans-ceiver), um cabo electro-mecânico para condução de sinal e função de reboque, e uma unidade de sub-superfície (vulgarmente designada por peixe) que transmite e recepciona a energia acústica através dos transdutores.

Fig. 2 – Excerto, não corrigido, de uma fiada de sonar de
varrimento lateral KLEIN 5000 realizada 18 m a estibordodo
do submarino (canal de bombordo, alcance lateral de 100m
e sentido N - S).

O submarino U-1277 foi construído nos estaleiros da Bremer Vulcan em Bremen, e lançado à água em 6 de Agosto de 1943. Pertencia à classe VIIC41 e tinha originalmente 67.10 metros de comprimento, 6.20 metros de pontal, 4.74 metros de boca e 9.60 metros de altura máxima. Deixou a base no dia 22 de Abril de 1945, sob intenso bombardeamento aliado, para a sua primeira e única patrulha como submarino de combate. A sua missão era patrulhar a entrada do Canal de Mancha. Pouco depois chegaria a capitulação da Alemanha e com ela o fim da guerra. Em face do cenário de derrota, o Comandante toma a decisão de afundar o navio por a forma a que este não caísse nas mãos dos aliados. Após atingir a costa portuguesa, o U-1277 foi afundado pela própria guarnição que desembarcou em balsas de borracha na praia de Angeiras, a 3 de Junho de 1945.

Fig. 3 – Excerto, não corrigido, de uma fiada de sonar de
varrimento lateral KLEIN 5000 realizada 18 m a bombordo
do submarino (canal de bombordo, alcance lateral de 100
m e sentido S - N).

Tendo por base as sonografias obtidas, o submarino assume uma posição de «docagem». Está orientado segundo uma direcção sensivelmente N – S, com a proa virada para sul, basculado para ré e ligeiramente adornado a bombordo (Figs. 2 e 3). A imagem acústica não é esclarecedora se existem danos estruturais. Através da sombra acústica admite-se que o submarino se eleve cerca de 2 m (excluindo a torre) acima do fundo marinho, que é exclusivamente sedimentar. Os sedimentos serão possivelmente grosseiros, conforme parecem indicar as estruturas morfo-sedimentares do tipo waveripples simétricas de crista direita, com cerca de 2 m de comprimento de onda e cerca de 20 cm de altura, orientadas segundo a direcção NNE-SSW (azimute médio 010). Não foram identificados outros contactos na área levantada.

O local onde se encontra afundado o submarino U-1277 é um dos pontos de maior interesse em Portugal para o mergulho desportivo.

Para quem pretenda saber mais sobre este assunto, recomenda-se aconsulta dos seguintes sítios da WEB:

http://www.mergulhomania.com

http://www.uboat.net


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www.dofundodomar.blogspot.com

Wednesday, March 01, 2006

 

Photo: Commander on the deck

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Peter-Ehrenreich Stever, comandante do U-1277, no convés do submarino.

Peter-Ehrenreich Stever, U-1277 commander, on the submarine deck.

Peter-Ehrenreich Stever, comandante del U-1277, en la cubierta del submarino.


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www.u1277.blogspot.com

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